"Eu era uma garotinha sonhadora, até que cresci. Odeio ter que admitir, mas cresci. Talvez mais rápido que o esperado, mas enfim, o que importa é que agora eu não vou poder mais sonhar pelo príncipe do cavalo porque eu sei que ele não existe e como uma garota madura e sensata, devo ter que compreender que a vida, na verdade, é uma provação e ás vezes você acha alguém para enfrentar essa provação com você. Fim. Mentira, não é o fim, nunca é o fim, o fim é apenas o começo e o começo é o fim.
Eu estava ali, sentada no banco da praça ouvindo músicas e observando a rotina dos pombos que ali ficavam. Até que um imprevisto interrompeu minha “ocupação”. Ali estava ele, não sei quem, mas era aquilo que eu precisava - ou achava que precisava -, estava passando na minha frente e resolvi continuar olhando, olhando para o cara que roubou o meu coração desaparecer em centímetros fracionados da minha vista. É, eu o vi chegar e agora estou o vendo ir.
Semanas, ele continuava a passar por aquele mesmo lugar, no mesmo horário e eu claro, estava lá sempre presente assistir o dono de o meu coração chegar e ir. Eu o assistia com cuidado, tanto para não ser vista, quanto para saber se estava cuidando de “mim” direito, mesmo que não soubesse. Mas vigia-lo não foi o suficiente. Tinha percebido que ele estava olhando para um ponto, mas quando observei o que era, vi que não era um ponto, era ela. Não sei quem, mas era aquilo que ele precisava. É isso, ele estava olhando para a garota que roubou seu coração e não era eu. Ele tinha dado o seu coração a uma desconhecida e eu tinha feito o mesmo com ele, mas tive que recolher o meu e colocar de volta em meu peito, ele tinha encontrado o seu lugar porque a tal garota a quem ele estava entregando tudo, correspondia."
(Elisa Vancouver)
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