quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Ando por aí tentando me encontrar



Andar pelas ruas da cidade ou ver a paisagem passando cada vez mais rápido pelos meus olhos enquanto ando de metrô, faz meus pensamentos voarem. E, a pergunta que sempre paira na minha cabeça é "Quem é essa pessoa que acabou de entrar no metrô? Para onde ela vai e em busca de que?"

Outro dia voltando da aula, cançada e com uma dor de cabeça horrível. Peguei o onibus e sentei no primeiro banco vago que avistei. Na frente de duas garotas. Eu não pude evitar ouvir a conversa delas - juro que procurei meus fones de ouvido na minha bolsa, mas os tinha esquecido em casa. Droga!  Tentei fechar os olhos e  encostar a  cabeça na janela, mas aquilo só me fazia prestar mais atenção nas palavras que aquela garota falava. E, por alguns instantes  tive a impressão que Deus havia "feito" duas de mim e soltado a outra por aí.

Sério. Ela era muito parecida comigo. Não digo fisicamente, nem a voz... Mas seus pensamentos. Suas preocupações.

Ela era eu. Ou eu era ela?

Sinceramente tive a impressão de estar me ouvindo falar. Aquilo era um pouco esquisito.  
Tive vontade de levantar e dizer "Garota,  eu sei exatamente como se sente!" (minha timidez me impediu de fazer isso).

Literalmente eu sabia. Pois eu me sentia exatamente daquele jeito. Ela era um pouco mais velha do que eu (percebi isso quando disse estar na Universidade há 4 anos). Mas aqueles pensamentos dela, eram os meus.

"Ei, garota!  Como você entrou no meu cérebro sem eu perceber?"

E, por um instante aquilo me fez pensar. Será que aos  22 ou 23 anos eu ainda irei pensar dessa mesma forma? Será que esses medos ainda estarão aqui? Minhas preocupações serão as mesmas? Eu serei a mesma?

Será que eu ainda serei como aquela garota?

Eu era como aquela garota.

Ela estava preocupada com tantas coisas ao mesmo tempo - assim como eu. 

Minha vontade era de virar pra trás e dizer. 
- Menina estou com dor de cabeça e estou TENTANDO acompanhar seus pensamentos, mas eles são muitos. Acalme-se! Você só tem 22 anos!

Epa. De alguma forma isso servia pra mim.

"Ei, Bianca acalme-se você só tem 18 anos".

Dei um sorriso. Fechei meus olhos. Respirei fundo. E, decidi seguir o conselho que dei a mim mesma. De alguma forma era como se estivesse falando comigo mesma. 

Mas, continuei ouvindo a conversa daquela garota... era mais fácil perceber quem eu era assim. Era mais fácil perceber meus erros.  

Bianca  Moraes

  

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